terça-feira, 7 de julho de 2015

Gostaria de suscitar uma polêmica reflexão que venho pensando há alguns anos e com base em fatos reais: reconheço que o Eagle CE300, por suas qualidades, só não é top porque não tem um autor identificado, se a Eagle assinasse o nome do luthier chinês esse violoncelo triplicaria em preço de mercado; O CE300 é tipo um filho sem pai, ou melhor, a procura de um pai: basta levá-lo para uma revisão geral e ele encontra um pai e um autor, um luthier para lhe colocar o nome; o CE300, vem quase pronto e ao passar pela mão de um bom luthier ele se torna uma espécie de híbrido de alta qualidade, isto é, uma excelente peça satisfatoriamente fabricada que em mãos de luthier experiente se torna excelentes substitutos de cellos assinados entre R$ 6,000,00 a R$ 9,000,00. Por exemplo, as madeiras dos violoncelos Eagle CE300 e Mavis MC6016a Antique são as corretas, iguais aos profissionais e as medidas dessas madeiras juntamente com a colagem são geralmente muito satisfatórias - nesse caso, um luthier profissional lhe daria uma feição definitiva de violoncelo avançado, semi-profissional ou mesmo “profissional” (desculpe tal sacrilégio), dependendo da subjetividade do proprietário e dos resultados do luthier, é claro.  Existe uma tendência muito forte hoje no comércio de usados; veja sua lógica: Compra-se geralmente um CE300 novo, harmoniza-o e ele se torna obviamente um “violoncelo chinês harmonizado por luthier”, de longe melhor que qualquer excelente violoncelo chinês. Pense bem: a mácula e preconceito se dão pelo nome chinês, mas,  com o trabalho do luthier já o coloca a um nível muito aproximado dos assinados de preço similares; um “violoncelo chinês harmonizado por luthier”;  e a expressão que “pegou”  na linguagem de venda que muitos estão falando hoje. Assim, ao tocar nesses cellos luthierizados percebi que o lugar geográfico do violoncelo "China" é plenamente anulado pelas mãos brasileiras de um ótimo luthier que por sua vez qualifica o trabalho do luthies chinês desconhecido, que por assim dizer, nos concedeu espaço para uma coautoria sobre sua obra, o cello. Com efeito, vejo e compreendo o meu CE300 - após passagem por luthier -, outrora como um instrumento fabricado por luthier chinês, nas mãos de luthier torna-se outra coisa! O próprio luthier brasileiro tira-lhe o adesivo de origem e põe-lhe um outro adesivo diferenciado, citando a origem chinesa e acrescendo sua assinatura final, como produto agora concluído. É uma grande responsabilidade do luthier, mas ele sabe o faz quando aprova instrumento assinado sua revisão. Assim, repito: essa de “cello chinês pós-assinado por luthier” é uma tendência crescente hoje para todos aqueles que tocam num nível mais avançado, quase profissional, mas não pode comprar um 100% de luthier ou estão satisfeitos com seu híbrido, pois, devido a sua experiência, reconhece o seu potencial. Imaginem esses violoncelos mais tarde, depois de 10, 20, 50, 80 anos? Suas madeiras amaducerão, se tornarão melhores e subirão de preço no mercado, etc. Pense nisso! Por fim, temos hoje, em 2015, duas opções fortes para esse tipo de hibridação de autorias, ou coautoria sino-brasileira: o Eagle CE300 e o Mavis MC6016a Antique. Minha recomendação é, se você não pode comprar um assinado, mas tem dinheiro para comprar um desses cellos e investir na sua harmonização, recomendo que compre-o, pois eles se tornam-no muito acima de qualquer melhor violoncelo chinês e se aproximam muito, sem deixar nada a desejar, de um assinado construído com as mesmas madeiras e especificidades.  Forte abraço.
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